terça-feira, 28 de julho de 2009

Não se corrompam!

Caros colegas, amigos e algum eventual curioso que venha a ler este post do blog d’Os Coiós. Vim pedir a vocês um simples favor: Não se corrompam.

Hoje à tarde, assisti ao documentário Sicko, do levemente sensacionalista, porém extremamente inteligente e perspicaz Michael Moore. O documentário apresenta o descaso vivido pela saúde norte-americana, causado pelos planos de saúde extremamente capitalistas e a falta de um acesso universal à saúde pública e gratuita (pra quem ainda não assistiu, altamente recomendável). O diretor compara a saúde dos EUA a os sistemas de saúde canadenses, ingleses, franceses e até da pequena Cuba, trazendo à tona uma alarmante discrepância. É de desanimar, mesmo sendo com os ianques.

Isso me fez refletir sobre o nosso famigerado Sistema Único de Saúde. Constitucionalmente, todos nós, como brasileiros, povo heróico, gigantes pela própria natureza, temos direito à maior parte de nossas necessidades salutares totalmente free. Uma beleza, coisa linda. Infelizmente, sabemos que não é assim que funciona. Por quê? Sucateamento da infra-estrutura, escassez de recursos humanos... em síntese: falta investimento.

Ainda no final da tarde, pra aumentar meu desânimo com o mundo, descobri que o prefeito de Ibirubá (que eu ajudei a eleger, depositando toda minha vã confiança naquela urna) teve seu mandato cassado, em última instância, por compra de voto.

Questiono: Existem ainda pessoas que entram na política por um ideal de mudança social, diferente daquele ideal de acumular bens às custas da máquina pública? Existem políticos que alcançam seus cargos de forma lícita e pura? E questiono mais: Com todas as riquezas que esse nosso país de extensões continentais possui, porque não podemos ter um sistema de saúde público em pleno funcionamento, universal e igualitário, como a pequena e ex-embargada Cuba tem?

Corrupção. Eis o motivo dos meus questionamentos. Se pagamos impostos suficientes para bancar os custos de uma saúde e demais atribuições estatais dignas, não as temos por que o dinheiro vai pra Brasília com passagem só de ida. Não temos administrações públicas exemplares e promessas cumpridas porque o poder corrompe os ideais de nossos representantes. E o pior de tudo é que não temos moral para reclamar. Nós nos corrompemos nos menores atos, com trapaças, favorecimentos e mentiras. A corrupção está intrínseca desde a base até o topo da pirâmide social.

E é por isso que eu peço, imploro: não se corrompam. Mantenham se honestos sempre que possível, e mantenham sua honra intacta, por mais que teus representantes não o façam. Já pedi isso pra mim, e vou me policiar. Ainda acredito em um mundo honesto. Sou utópico? Já disse Eduardo Galeano: “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” Além do mais, eu, e suponho que vocês também, entrei no curso de jornalismo com um objetivo, que vim a descobrir recentemente: conscientizar pessoas e, de grão em grão, mudar o mundo. Ou talvez Ibirubá. Ou pelo menos a sala de aula.


Um abraço e bom resto de férias a todos, deste levemente abalado colega, HAHAH.

3 comentários:

Anelise. disse...

Certa vez li um ditado que não me recordo bem, mas dizia algo como "se quer saber quem é uma pessoa,dê poder a ela" e acho que se encaixa perfeitamente a tua colocação. Também entrei no curso de jornalismo inebriada com o ideal apaixonado de um jornalismo capaz de "mudar o mundo". E também acredito que somos capazes de mudar algo, nem que seja na nossa própria casa.
Concordo com o teu desabafo e reforço o coro: não se deixem corromper.

Um abração e saudades de todos vocês. :)

Porto disse...

Olha tche...
Muito bom.

E pra quem quiser assistir ao documentário mas estiver com aquela preguiça tradicional de baixar, ele está na integra no youtube.

http://www.youtube.com/watch?v=wCM3_Xiphfo

Essa é a primeira parte, o resto está nos vídeos relacionados.

Bom, era isso...

Beijos e Abraços.

Mathias Rodrigues disse...

Eu vi esse filme, e, mesmo sensacionalista, Michael Moore é um dos que ainda acredita em mudar o mundo.

Viva a utopia, sem ela não seríamos nada!